Devido à inexistência dos meios de comunicação que hoje usufruímos, havia em Campo Maior como em tantas outras terras do País, os chamados «pregoeiros», homens dotados de certa musicalidade natural, que palmilhavam a povoação, apregoando desde a venda de produtos, passando pelo anúncio de espectáculos e festividades, e até determinações emanadas do poder local, usando para tal vocabulário e musicalidade diferentes de pregoeiro para pregoeiro, o que emprestava um cunho pessoal aos pregões.
«Pregões de Campo Maior»
«Alvilhana» torradinha
Ai s'eu lhe chego a faltar, rica menininha...
(pregão do amendoim ou ervilhana)
Ai pirolito fresquinho...
(pregão da gasosa)
Três figos verdiais, das figueiras dos mais...
(pregão dos figos)
Quem... quiser comprar... carapau... sardinha... a cinco escudos o quarteirão, cachucho e cação a três réis o quilo. Vã a casa do Babau!
(pregão do peixe)
Doces e madurinhas... Quem compra bananas?
Elas são madurinhas e boas, bananas de Lisboa.
(pregão das bananas)
1 comentário:
Muito interessante recordar o pregoeiro. Gostei sobretudo do pregão dos figos. Com que então dos mais?
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